Alexandre Lyrio Redação CORREIO
Por mais que o Grupo Gay da Bahia (GGB) não reconheça, a plataforma política de Leo Kret é revestida de lantejoulas brilhantes e paetês coloridos, sim. Ao contrário do que apregoam alguns, o quarto candidato a vereador mais bem votado na capital baiana, o primeiro político transexual da história da Bahia se diz obstinado a defender a causa dos gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros (GLBT). Nascido Alecsandro de Souza Santos, Leo Kret do Brasil (PR-BA) acumulou exatos 12.860 votos, promete 'fechar' na cerimônia de posse no dia 1º de janeiro e já pensa até em ser prefeita da cidade.
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Nem bem havia confirmado a candidatura, Leo Kret teria enfrentado ataques do GGB contra a sua postura um tanto quanto espalhafatosa. 'Disseram que eu não representava a classe e que eu não tinha consciência política'. Tudo teria sido fruto do temor do presidente do grupo e também candidato, Marcelo Cerqueira, em perder a preferência dos gays nas urnas. 'Ele estava com medo que eu roubasse os votos dele', acredita. Depois da disputa, com pouco mais de 2.655 votações, Cerqueira prefere a diplomacia. 'Ela é jovem e precisa ser orientada, mas nos colocamos à disposição para apoiar o seu mandato'.
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'Que é Leocrete?', indagou, ainda em 2006, o jornalista Pablo Reis, responsável por apresentar a dançarina de pagode ao público comum, em um perfil completo sobre a garota 'fechação'. De qualquer forma, ela vai logo deixando claro: entre ser chamada de 'vereador' e 'vereadora', prefere a segunda opção. Disparado.
Ontem, nas ruas, Leo Kret percebeu o que isto significa. Enquanto desfilava com top preto, calça Chá Chá Dum Dum e bota extravagante, a nova 'vereadora' não só arrancava manifestações calorosas como ouvia pedidos dos mais diversos tipos. Pernambués, seu bairro de origem, praticamente parou. E é assim, na campanha do corpo a corpo, que Leo Kret quer sentar na cadeira mais cobiçada do Palácio Thomé de Souza. 'Quero ser prefeita, sim. Por que não?'.
Posse na Câmara será com tailleur e scarpin
Com alma feminina 24 horas por dia, Leo Kret não seria diferente por estar na mais antiga Câmara do país. A roupa escolhida para estrear no plenário caberia perfeitamente em legisladoras como Vânia Galvão, Tia Eron ou Andrea Santana, eleitas como ela. 'Que tal um tailler comportado, uma calça de linho e um sapato scarpin?', entregou.
(Reportagem publicada na edição de 07/10/2008 do CORREIO)
Leo Kret mostra sua plataforma (Foto: Paulo M. Azevedo)
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