segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Transexual de Salvador muda o nome civil


Conhecida como Leo Kret do Brasil, a quarta vereadora mais votada da capital baiana assegura sua identidade de gênero e se torna a primeira vereadora a conquistar esse direito.

Eu sou Leo Kret do Brasil, assertiva já conhecida por muita gente, passa a ser também o nome civil da dançarina e vereadora de Salvador, desde a publicação da sentença no último dia 18 de novembro, pelo Juiz Nelson Cordeiro, da Vara de Registro Civil da Bahia.

Alecsandro assumiu a identidade feminina a partir dos quinze anos, quando o apelido Leo Kret surgiu numa brincadeira de escola, devido à sua dança sensual. Desde então, ela se sentia constrangida quando era chamada de Alecsandro, nome de batistmo.

A dançarina e vereadora Leo Kret declarou que “esta é uma grande vitória e evolução, não só para mim, mas para milhares de travestis e transexuais que vivem constrangidas e excluídas de diversos meios devido a esta questão”. Certamente outras transexuais podem, a partir de conquistas como essa, requerer junto à justiça a mudança do nome de batismo, para evitar piadas e gracejos e para afirmar a identidade de gênero.

Para o Juiz Nelson Carneiro, a mudança de nome visa a inserção social da transexual que “sofre rejeição da própria família”, apontando que o direito à opção sexual “é inerente à liberdade da pessoa e à sua dignidade”.

Na opinião de Renildo Barbosa, presidente da PRO HOMO - Associação de Defesa e Proteção dos Direitos de Homossexuais, “esta é uma decisão que deve ser comemorada pelo Movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), uma vez que demonstra a evolução e avanços do Judiciário da Bahia, já que no Legislativo não conseguimos aprovar leis que defendam nossos direitos”.

A presidente da Laleska de Capri Associação LGBT, Paulete Furacão, também transexual, comemora e afirma que vai mudar de nome também, sem revelar, no entanto, seu nome civil, que muito a incomoda.

Uma simples alteração do nome não servirá, por certo, para eliminar a forte carga de preconceito que parte da sociedade destila contra as cidadãs travestis e transexuais. Mas é uma conquista que significa mais um passo no reconhecimento da existência das transexuais, o que aumenta a visibilidade e respeito pelos direitos dessas cidadãs que lutam por um espaço na sociedade.

Fontes: